Todo mundo tem fixação por alguma coisa, seja ela qual for. Relógios, chaveiros, canecas, sapatos usados... E por aí vai. É considerado normal. Eu, desde menino sempre fui fascinado por arco íris. Já disseram que sou louco, mas, por trás de sua beleza ele possui um quê místico no esplendor de suas cores imponentes, talvez seja essa beleza misteriosa que tanto me encanta.
Toda vida fui um menino vivo, nunca fui lá de acreditar em duendes, potes de ouro e outras crendices patéticas. Acho que a curiosidade de minha ingenuidade é que me intrigava em descobrir quem pintava o céu tão perfeito assim. No catecismo aprendi que era Deus e ponto final. Foi só lá no inicio do colegial que consegui de fato matar minha curiosidade e frustrar minha imaginação. Descobri nos livros, que aquelas cores não existiam, é um fenômeno óptico e meteorológico que separa a luz do sol em seu aspecto contínuo, quando brilha sobre gotas de chuva causando o deslumbrante efeito.
Ainda assim, considero a mais linda e imponente aquarela... Agora de água e luz pela natureza.
Diante dessas observações, conclui debruçado cá em cima de meus pensamentos, vislumbrando aquele arco furta-cor que já se apagava ao longe, do horizonte cinzento, que também é assim, o que sinto por você, quando meus olhos a luz do amor, recebem o brilho dos seus, pintando meu coração de ornatos inexplicáveis e transbordando em mim um turbilhão de emoções, tornado-se enfim, extraordinariamente magnifico.
In: E a Vida Acontece, pag.53, UFSJ, 2012.
